Escrito por Ricardo Razera, 27-Junho-2022
As mais frequentes causas de morte atualmente, no mundo inteiro, são doenças de coração e derrames; isto é, doenças associadas ao sistema cardiovascular. Um simples entupimento de uma artéria num local crítico pode levar o paciente à morte. Por isso, um tipo de exame crucial para monitorar o fluxo de sangue, tanto nas veias e artérias quanto no coração, foi criado: o angiograma.
O problema é: como podemos ver algo que acontece dentro das nossas veias sem abri-las, de forma que o exame não seja muito invasivo e arriscado para o paciente? Resposta: usando raios-X. Este tipo de radiação é capaz de penetrar os tecidos menos densos do nosso corpo, como pele, músculos, gordura, sangue e vasos sanguíneos. Porém, raios-X penetram menos em tecidos mais densos e que contém metais mais pesados, como os ossos, que são ricos em cálcio. É esse fato que permite usarmos raios-X para fazer imagens do nosso esqueleto.
Mas, se raios-X não são absorvidos por vasos sanguíneos, como podemos usá-los para formar imagens do sangue fluindo? O truque é o seguinte: os médicos injetam na veia do paciente um líquido que contenha elementos pesados, que absorverão raios-X. No hospital, esse líquido é conhecido como contraste, porque é ele que faz os vasos sanguíneos absorverem raios-X e, assim, terem contraste com os outros tecidos macios na hora do exame. Esse líquido injetado é então levado pelo fluxo do sangue por todo o sistema cardiovascular, incluindo o coração. O equipamento de raios-X, então, vai formando uma série de imagens enquanto o contraste vai fluindo, permitindo até a confecção de um vídeo do coração do paciente batendo. A análise desse vídeo permite ao médico procurar possíveis problemas nas veias e artérias.
Imagem copiada de https://onewelbeck.com/cardiology/investigation/invasive-coronary-angiography/
É uma técnica realmente espetacular. O único problema dela é que a equipe médica precisa estar ao lado do paciente para injetar o contraste enquanto as imagens de raio-X são formadas. Neste exame, várias exposições de raios-X são feitas por segundo para obter uma sequência de imagens e formar o vídeo. A exposição da equipe médica aos raios-X que formam o vídeo é perigosa e, por isso, todos utilizam coletes de chumbo para bloquear os raios-X que se espalham durante o procedimento na direção da equipe. Mesmo assim, é necessário monitorar quanta dose de raios-X a equipe médica está recebendo, principalmente se esta equipe precisa fazer muitos desses exames por semana.
O ideal nesse caso é o uso de dosímetros que dão a informação de dose absorvida em tempo real. Desta forma, se alguém começa a receber uma taxa de dose muito elevada, seja por uma falha na blindagem do equipamento ou por um procedimento que está sendo realizado de forma equivocada, um alarme pode disparar e alertar a equipe médica para tomar providências o mais rápido possível e evitar mais exposições desnecessárias. Com um dosímetro convencional, você só saberia a dose que recebeu semanas depois de ter recebido.
O dosímetro Vanellus é ideal para este caso. Além de medir a dose em tempo real e conter alarmes sonoros e visuais para casos de excesso de dose, ele permite que qualquer pessoa monitore a exposição da equipe médica de qualquer computador, tablet ou smartphone. O dosímetro Vanellus consegue inclusive distinguir entre o feixe de raios-X primário do equipamento (aquele que sai do tubo de raios-X) e o feixe de raios-X secundário (aquele que é espalhado pelo paciente), pois consegue medir a energia do feixe incidente. Esta característica dá ainda mais informações sobre a fonte da exposição que a equipe médica está recebendo durante o procedimento.
Referências
[1] Principais causas de morte no mundo:
https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/the-top-10-causes-of-death#:~:text=Leading%20causes%20of%20death%20globally&text=The%20world's%20biggest%20killer%20is,8.9%20million%20deaths%20in%202019.
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